Psicóloga Elizabeth Fumagalli
O desenvolvimento da sexualidade é complexo e envolve, além das alterações corporais, toda a vida psíquica, englobando aspectos afetivos e cognitivos.
A puberdade do jovem com Síndrome de Down se processa de forma semelhante à dos demais adolescentes. Entretanto, é importante considerarmos que as alterações presentes no seu desenvolvimento cognitivo podem influenciar na expressão da sua afetividade.
Desde cedo, a criança explora seu corpo obtendo sensações prazerosas. Mais tarde, paralelamente às atividades de exploração corporal acompanhadas de prazer, aparece a atividade masturbatória, compreensível dentro de suas necessidades fisiológicas. Nesta altura, é importante que o jovem com SD já venha vivenciando, aprendendo e sendo orientado por sua família sobre sociabilidade, privacidade e formas eficazes para expressar sua sexualidade.
O jovem vai querer namorar, beijar, manifestar seu carinho, estabelecer vínculos afetivos extrafamiliares e até casar. O impulso sexual existente e sua manifestação dependerá dele próprio e de como a família o vai preparando, nestes aspectos, ao longo de seu desenvolvimento.
Importante, portanto, que desde a idade tenra da criança, a família possa ser acompanhada e orientada por profissionais da saúde nas três áreas básicas do desenvolvimento – físico, emocional e social. Assim, quando começarem as manifestações da sexualidade, típicas da adolescência, o jovem com SD já estará mais capacitado e “empoderado” para vivê-las.