De mulher para mulher: saiba o que fazer quando uma amiga recebe o diagnóstico de que seu filho nasceu com T21 (Síndrome de Down).
Dra. Elizabeth Fumagalli*
A amizade feminina pressupõe corações acolhedores e um relacionamento de amparo mútuo que deve prevalecer em qualquer situação. Se isso ocorreu entre você e essa sua amiga, formou-se ao longo do tempo uma base sólida e afetiva e desenvolveu-se a capacidade de uma colocar-se no lugar da outra, o que facilitará sua participação neste momento inesperado que ela vive.
Algumas informações adicionais talvez possam auxiliar vocês duas a viverem melhor esta situação inesperada.
A principal delas é o acolhimento emocional: transmitir a ela sua cumplicidade, entendimento e parceria nesta nova realidade. Sua amiga tem que sentir que não está sozinha.
Fique disponível para entender aquilo que ela pode dividir com você em cada momento: choro, medo, insegurança, desamparo. Ouça, ouça, ouca …
Não tente dar conselhos que sua amiga ainda não consegue ouvir. Se for dar algum, que nele prevaleçam outros temas que não sejam diretamente relacionados à síndrome.
Na nova realidade familiar veja onde você pode facilitar, concretamente, a rotina: ficar com a criança por algum tempo, ajudar nas compras, etc.
Não use “frase feitas”, como por exemplo, “você vai superar isto” ou “filhos especiais vem para pessoas especiais”.
A vida da sua amiga assim como da nova família vai precisar da sua calma, do seu carinho e de informações que acrescentem segurança no compartilhamento afetivo e prático.
*Dra. Elizabeth Fumagalli é psicóloga do Elo21.